quinta-feira, 29 de março de 2012

Inspirada no sertão nordestino, Bethânia lança seu 50º disco


      Jornal do Brasil
      RIO DE JANEIRO - A cantora Maria Bethânia lançou nesta quarta-feira seu disco número 50, "Oásis de Bethânia", no qual declara sua paixão pela poesia e pelo sertão brasileiro, "onde falta tudo", mas é sua fonte de inspiração.
      "Sertão é onde não tem nada. Não tem água, falta tudo, a vida é seca. É o limite que Deus colocou. Para mim isso é uma fonte, uma nascente muito pura, me bota do tamanho que sou", disse Maria Bethânia a jornalistas no Rio.
      O disco, o quinquagésimo lançado em 47 anos de carreira, "retrata essa coisa árida do mundo e ao mesmo tempo o amor do sertanejo por sua terra", afirma a cantora, irmã de Caetano Veloso.
      A capa do disco mostra esse sertão, "em algum ponto (do estado) de Alagoas".
Disco Oásis de Bethânia foi lançado nesta quarta-feira
      Com dez canções, o disco já está disponível na loja on-line da Apple, o iTunes, e chegará às lojas em 1º de abril. Cada faixa tem um arranjador ou compositor diferente, com nomes importantes da música brasileira como Djavan ("Vive"), Chico Buarque ("O Velho Francisco"), além de Lenine, Hamilton de Holanda, Roque Ferreira, Marcelo Costa, ente outros.
      O título "Oásis" foi inspirado em um texto da própria Bethânia que, pela primeira vez, gravou um de seus textos em disco. Os versos são interpretados entre a letra e a poesia de Paulo César Pinheiro na canção inédita "Carta de Amor".
      Apaixonada por poesia, a cantora tem o poeta português Fernando Pessoa como um de seus ídolos. É comum vê-la em leituras de textos literários pelo Brasil. A cantora diz que adora escrever, apesar de insistir que não é escritora.
      "Escrever é purificador (...). A brincadeira de ‘Carta de Amor’ é para mim, para me livrar de demônios, angústias", declarou.
      Questionada sobre a ausência de Caetano Veloso no disco, Bethânia explica que inicialmente havia uma música inédita composta por ele nos anos 1960 que entraria no álbum, mas que acabou sendo descartada.
      "Na primeira lista ele estava, com uma canção estranhíssima, que fez em 1967 para mim. Ele musicou um poema de Sade Miranda. Mas quando eu terminei, vi que estava sobrando. É mais uma coisa que eu posso guardar para a cena. O espetáculo que pretendo para o disco tem que ser diferente."
      A previsão é que a Bethânia faça shows para a divulgação do álbum no segundo semestre.

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