Kledir Ramil
Segundo as leituras que andam fazendo do calendário Maia, em 2012 estaremos chegando ao fim do mundo. Gostaria de aproveitar a oportunidade e me despedir de todos. Foi um prazer ter vocês como companheiros de viagem durante esses anos em que estivemos nos equilibrando sobre essa bola simpática, que gira pelo céu a uma velocidade espantosa de 1674 km/h. Isso mesmo, é mais que a velocidade do som. Nunca consegui entender como é que a gente não cai e nem perde o equilíbrio, o que, a essas alturas, já não importa mais.
Eu achava que iria acabar antes do mundo e já estava me preparando para receber a recompensa que me foi prometida. Todas as religiões afirmam que a gente vai sair dessa pra outra melhor, desde que se comporte direito. Fiz meu dever como um aluno aplicado e abri mão de tudo que era proibido. Me dediquei à prática das virtudes e, com enorme esforço, evitei os pecados. Alguns bem interessantes. Levei uma vida de santo, com o objetivo claro de alcançar a vida eterna, num quarto com vista pro infinito, um mínimo de conforto e regalias, sem ter que me preocupar com contas para pagar.
Agora, comecei a ficar preocupado. Caso se confirmem essas previsões de uma grande catástrofe definitiva, não sei se as promessas das igrejas serão cumpridas. Sim, porque uma coisa é morrer sozinho e ser recebido no céu com carinho e atenção. Outra coisa é chegar um bando de 7 bilhões de almas querendo entrar no portão. Quem vai organizar isso? Será que tem lugar pra todo mundo? Será que o pessoal está preparado? Se em um teatro com lotação esgotada já é difícil segurar o público que ficou sem ingresso, imagina uma situação dessas.
Estou começando a me sentir como aquele cara que apostou na bolsa tudo o que tinha e saiu lesado. Tenho um patrimônio de vida que me daria direito a uma série de privilégios para todo o sempre. Mas se a coisa sair do controle, quem me garante? Mesmo que consigam organizar o engarrafamento do registro de entrada, periga eu ficar numa fila interminável com gente exaltada gritando “isso é o fim do mundo!”. O que não deixaria de ser verdade.
Era só o que me faltava. Acho uma maldade com um cara que teve uma vida exemplar. Não era isso que eu esperava da vida eterna.
Tomara que as previsões estejam erradas.
Eu achava que iria acabar antes do mundo e já estava me preparando para receber a recompensa que me foi prometida. Todas as religiões afirmam que a gente vai sair dessa pra outra melhor, desde que se comporte direito. Fiz meu dever como um aluno aplicado e abri mão de tudo que era proibido. Me dediquei à prática das virtudes e, com enorme esforço, evitei os pecados. Alguns bem interessantes. Levei uma vida de santo, com o objetivo claro de alcançar a vida eterna, num quarto com vista pro infinito, um mínimo de conforto e regalias, sem ter que me preocupar com contas para pagar.
Agora, comecei a ficar preocupado. Caso se confirmem essas previsões de uma grande catástrofe definitiva, não sei se as promessas das igrejas serão cumpridas. Sim, porque uma coisa é morrer sozinho e ser recebido no céu com carinho e atenção. Outra coisa é chegar um bando de 7 bilhões de almas querendo entrar no portão. Quem vai organizar isso? Será que tem lugar pra todo mundo? Será que o pessoal está preparado? Se em um teatro com lotação esgotada já é difícil segurar o público que ficou sem ingresso, imagina uma situação dessas.
Estou começando a me sentir como aquele cara que apostou na bolsa tudo o que tinha e saiu lesado. Tenho um patrimônio de vida que me daria direito a uma série de privilégios para todo o sempre. Mas se a coisa sair do controle, quem me garante? Mesmo que consigam organizar o engarrafamento do registro de entrada, periga eu ficar numa fila interminável com gente exaltada gritando “isso é o fim do mundo!”. O que não deixaria de ser verdade.
Era só o que me faltava. Acho uma maldade com um cara que teve uma vida exemplar. Não era isso que eu esperava da vida eterna.
Tomara que as previsões estejam erradas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário